I Jo 1:7 Porém, se vivemos na luz, como Deus está na luz,
então estamos unidos uns com os outros e o sangue de Jesus o seu Filho nos limpa
de todo o pecado.
I Jo 1:9 Mas se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele
perdoará os vossos pecados e nos limpará de toda maldade.
Tg 5:16 Portanto
confessem os seus pecados uns aos outros, para que vocês sejam curados.
Pv 28:13
Quem tenta esconder os seus pecados não terá sucesso na vida, mas Deus tem
misericórdia de quem confessa os seus pecados e os abandona.
Textos extraídos da
Bíblia Sagrada Ed. Paulina na linguagem de hoje.
As duas palavras chaves destes
textos acima são: unidos (outra versão seria comunhão) e confessar. É
interessante pois não há gradação, quanto a importância da união (comunhão);
se a minha comunhão com Deus é, maior ou menor que a minha comunhão com o meu
irmão. O diferencial é Deus como luz, contrastando com nossas trevas. Somos um
misturar de luz e escuridão. É difícil saber se somos mais uma ou menos a outra.
Em Gn 1:3 inferimos um paralelo com um possível vislumbre de quem somos; no
final diz: “a noite passou e veio a manhã. Esse foi o primeiro dia". Não
sejamos simplórios ao imaginarmos que por praticarmos obras de justiça ( ir as
reuniões, ler a Bíblia, orar, ofertar, das esmolas, não fumar, não beber, ser
moralista ), nos santifiquem mais que, os demais filhos de Deus; inclusive nos
avantajando sobre aqueles que ainda não creram.
Não nos enganemos, há mais
trevas em nós do que imaginamos; como no princípio do livro de Gênesis, o mesmo
período de dia e de noite. A questão é que maquiamos nossa sombra, com lampejos
de bondade, santidade e ativismo espiritual. Nos escondemos em nossos atos de
justiça, achando ser o ponto focal. A luz de Deus não é essencialmente
santificadora mas, expositora, reparadora e condutora ( levando-nos a união com
o Pai, seu Filho e os irmãos ). Quanto mais imerso nessa policromia divina,
mais, reconhecemos quão abissais são nossas trevas; e assim podemos clamar:
Senhor, socorre-nos.
“Mas, se confessarmos o nosso pecado a Deus“. Aqui fica
claro que, quanto mais luz mais confessar, quanto menos luz menos confessar.
Aparentemente é fácil em relação a Deus, mas, essa mesma atitude para com um
irmão não é tão simples. Blaise Pascal ( 1623 – 1662 ) um filósofo e piedoso
cristão, no auge de sua experiência com Deus dizia que, os nossos pecados
deveriam ser confessados para o máximo de pessoas possíveis. Uma irrealidade em
nosso contexto pós-moderno.
Assim como precisamos do perdão de nossa Pai Eterno,
de igual modo e, na mesma proporção do perdão de nossos irmãos. “Portanto
confessem os seus pecados ... para que vocês sejam curados“. Aqui o pecado
parece ser tratado como uma doença sintomática e, o processo de cura é pelo
confessar uns aos outros; com a oração de uma pessoa obediente a Deus.
Acho
estranho, termos uma compreensão de pecado como algo estanque e terminal. O
pensamento do apóstolo Tiago é bem coerente nesse texto, pois se deduz o pecado
como uma construção contínua existencial. Quando nosso corpo é acometido por
algum mal, precisamos de um médico para nos receitar um remédio. A analogia é
verdadeira, quanto ao corpo espiritual; se não houver um tratamento, o corpo
somatizará os problemas, produzindo ansiedades, depressões e neuroses, aliados a
sentimentos de culpa.
O confessar os pecados e a oração são a materialização da
“ cura pela fala “, expressão criada por Sigmund Freud ( 1856 – 1939 ). Ao falar
para um “ amigo mais chegado que um irmão “, Pv 18:24, confrontamos nossas
trevas, choramos, nos envergonhamos, percebemos nossa real condição, nos
arrependemos e, entramos em um processo de restabelecimento espiritual e
emocional. Em Pv 28:13 diz: “ Quem tenta esconder os seus pecados não terá
sucesso na vida ...”, um texto bem ao nosso estilo contemporâneo onde, o sucesso
é questão de racionalidade mental, mas, também advindo do equilíbrio e harmonia
emocional – espiritual. Comunhão e confessar são duas palavras que, podem mudar
o rumo de nossa história cristã.
Abraços a todos os irmãos e amigos.
Davi.