terça-feira, 18 de janeiro de 2011

FESTA EM BETÂNIA (REUNIÃO DA IGREJA)

Foi, pois, Jesus seis dias antes da páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera, e a quem ressuscitara dentre os mortos. Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. Então Maria, tomando um arrátel de ungüento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do ungüento. João 12: 1-3. O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho. Mat. 22:02.
Quando ouvimos falar em festa ou quando somos convidados para uma delas, a primeira coisa que nos vem à mente é que ali haverá comida, cânticos, músicas, sorrisos, descanso, prazer e alegria mútua. Participar de uma festa é, pois, desfrutar do convívio de pessoas íntimas, é como sentir-se em sua própria casa, com total liberdade. Na festa, entre os convidados não pode haver melhores ou piores; não haverá maiores nem menores, todos são igualmente, apenas convidados, e como tal, podem desfrutar da festa em igualdade de condições. É assim que o dono da casa, ou anfitrião, serve com toda atenção e apreço, aos convivas.

Nosso Senhor Jesus Cristo, em seu ministério, bem cuidou em levar as boas novas da salvação às ovelhas perdidas da casa de Israel, especialmente, e com muita intensidade, à cidade de Jerusalém. Anunciar as boas novas, curar enfermos, dar visão aos cegos, expelir demônios, nada disso parecia causar cansaço ao Senhor. Entretanto, o que certamente lhe cansava era ver, repetidas vezes, a incredulidade daquele povo religioso, que afeito às tradições judaicas não se rendiam aos pés do Senhor.

Assim, muitas vezes o Senhor saiu de Jerusalém para repousar em Betânia. Podemos ver aqui o contraste: Jerusalém, a cidade santa, o lugar escolhido por Deus como o centro de congregação de seu povo. Cidade religiosamente importante. Ali se encontravam o templo e os sacerdotes. Ali eram celebradas as festas dos judeus, segundo as suas tradições. Cristo, porém, não foi ali reconhecido, nem recebido pelos líderes religiosos. Naquelas festas não havia nenhuma liberdade para o participante, todos tinham que cumprir um ritual, segundo a tradição. É lamentável que o fato se repita, hoje, em meio aos cristãos.

Ao contrário, Betânia significa casa dos pobres ou casa da aflição. Sabemos, entretanto, que Betânia é um tipo da Igreja, uma casa simples com algumas dificuldades aparentes, mais que abriga em seu interior, uma Marta, pessoa que serve, e que ao ver o Senhor e seus discípulos, pela primeira vez passando naquela cidade, o chamou para sua casa; uma Maria, alguém que demonstrando o amor pelo Senhor quedou a seus pés, lavou-os com bálsamo e enxugou com os cabelos; também havia um Lázaro, aquele que como todos os cristãos estivera morto e ressuscitou ao ouvir a palavra do Senhor. 

Exteriormente, como Betânia, a Igreja pode ser pobre e oprimida. A igreja na terra pode não ser rica em coisas materiais (e nem deve), basta-lhe ser rica do gozo e da presença do Senhor. As pessoas podem olhar hoje para a igreja, e dizer que ela é pobre e cheia de aflição, assim como os judeus olharam para Betânia. Isto porque não têm um espírito para perceber quão rica a Igreja é no gozo de tudo o que o Senhor tem para os seus santos.

Embora não houvesse nada exteriormente atraente na casinha de Betânia, interiormente ela estava cheia de festa, de descanso, e satisfação. Não só o Senhor Jesus era festa e repouso, mas assim também eram todos os que estavam lá. Na Igreja do Senhor, o viver deve ser da mesma maneira. Precisa haver a alegria de servir, encontrada em Marta; o amor genuíno visto em Maria; e o testemunho vivo de Ressurreição encontrado em  Lázaro. Tudo porque, na Igreja como em Betânia, Cristo o Senhor, está presente.

Exteriormente, tudo pode ser pobre; interiormente, porém, tudo é precioso, doce e valorizado: temos as insondáveis riquezas de Cristo e sua presença. Nós temos a doce sensação de que estamos com o Senhor e que o Senhor está conosco. Ele está festejando com a gente e nós estamos nos deleitando com ele. Tanto Ele como nós, estamos descansando, como disse em Ezequiel 34:5: Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor DEUS . Somos um grupo de Joãos, todos reclinados sobre o peito do Senhor!...  Ele é o nosso eterno sábado, e nós, a Igreja, a consumação de Sua obra. Estamos todos em confortável repouso e plenamente satisfeitos: Ele, conosco e nós, com Ele. Ele nos deu a sua vida, para que a Igreja tivesse hoje, este viver.  Este é, pois, o viver adequado da igreja que dá prazer ao Senhor.

Sua presença é tudo para o viver da igreja. A igreja depende totalmente da presença do Senhor, por isso deve invocá-lo sempre. Sem a presença do Senhor, a vida da igreja é vazia. Interiormente, o viver da igreja deve ser uma permanente festa, simples, porém tendo como centro somente Cristo, como era na casinha modesta em Betânia!... Na Igreja, a exemplo de Betânia, deve haver sempre uma festa preparada para o Senhor e o Seu povo. Ele não avisava quando ia, nem tinha um calendário preestabelecido com horários fixados. Ali Ele simplesmente chegava e era bem recebido, servido, louvado, testemunhado e toda primazia lhe era dada. Todos estavam sempre esperando e preparados para recebê-lo, no momento e do jeito como ele chegasse, pois sua presença era sempre o maior motivo de alegria naquela casa.  Isto não só o próprio Senhor aprecia, mas, também, todas as pessoas que estão com Ele. A igreja é um lugar onde o Senhor e seu povo se reúnem, para festejar um com o outro e desfrutar um do outro.

Que o Senhor nos dê, na prática, esse viver e que as nossas casas sejam como a de Betânia, sempre receptiva ao Senhor e a Seu povo, e que cada reunião tenha como centro Ele, que é tudo em todos e que assim possamos com alegria comemorar a vitória do Senhor, enquanto aguardamos a Sua vinda.



Em Cristo.

Irmão João






A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca, e lha anunciarás da minha parte. Ez. 33:7
 

2 comentários:

  1. De fato as reuniões da igreja precisam de Marias, que amam o Senhor a ponto de derramar ao Seus pés o que de há mais precioso. De Martas que estão dispostas a servir a mesa, tanto ao Senhor quanto aos irmãos. E, por fim, Lásaros, que dão testemunho da ressurreição do Senhor. Realmente, temos que abrir nossas casas para o Senhor e ceiar com ele com um coração de amor, de serviço e de ressurreição.

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  2. que o senhor de fato nós der tal coração de servi-lo com alegria, amando-o genuinamente a sua presença em nossas vidas, e testemunhando o poder da sua ressurreição em nosso viver diaramente, jesus é o senhor.

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