quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

LIVRO: "171 - ESTELIONATO ESPIRITUAL" (Pr. George Antonio)



Primeiro capítulo
Hipnotizar para devorar
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“Quando estive entre vocês e passei por alguma necessidade, não fui um peso para ninguém; pois os irmãos, quando vieram da Macedônia, supriram aquilo de que eu necessitava. Fiz tudo para não ser pesado a vocês, e continuarei a agir assim” (II Coríntios 11.9).
 
          “Paulo usa uma expressão muito rara em grego para construir uma metáfora em relação ao procedimento dos falsos apóstolos. O termo, aqui traduzido por “pesado”, tem a ver com a atitude predatória de um peixe oriental que primeiro paralisa (hipnotiza) sua presa para, em seguida, devorá-la tranquilamente”1. Este comentário é uma nota de rodapé da Bíblia King James Atualizada, do texto bíblico acima.
 
Além desse peixe oriental, vive na América Central uma espécie de cobra que usa a mesma arma para capturar sua presa. É a jararaca. Ela hipnotiza a presa antes de atacá-la. É uma víbora de origem asiática muito eficiente no ataque.
 
          Em suas emboscadas, ela estende sua calda a certa distancia e, com movimentos característicos, simula uma minhoca. O movimento da calda atrai (ou hipnotiza) a rã, que fixa seu olhar na “minhoca”. A presa fica tão envolvida com o movimento da calda, que nem percebe a presença da cobra, e cai na armadilha. Tal é o estado de hipnose que a rã ataca a ponta da calda da víbora, para comê-la, momento em que é atacada pelo seu predador, que injeta logo o veneno imobilizador e a devora. Tenhamos cuidado com as cobras!
 
          As víboras são predadores muito eficientes. Seus corpos, seus movimentos e suas maneiras de agir lhe dão vantagens em suas emboscadas. São eficientes na arte de ludibriar e enganar. Uma boa camuflagem tira todas as armas de defesa da presa.
 
          O dicionário de Aurélio conceitua Hipnose como sendo o estado mental semelhante ao sono, provocado artificialmente, e no qual o indivíduo continua capaz de obedecer às sugestões feitas pelo hipnotizador. Esse nome vem de um deus da mitologia grega, Hypnos, o Sono. Ele era irmão gêmeo de Tânatos, a Morte. Ambos eram filhos de Nyx, a Noite.
 
Hipnotizador é aquele que faz a vítima adormecer, e Paulo chamou aqueles falsos obreiros de hipnotizadores. O apóstolo identificou a poderosa arma deles – a hipnose. Balançando a “ponta da calda” para distrair seus ouvintes, os falsos obreiros contavam histórias fraudulentas a fim de engabelar a igreja e convencê-la a dar-lhes tudo quanto cobiçavam, sobretudo dinheiro.
 
          Vemos que os estelionatários já agiam naquele tempo. Histórias lindas e sensibilizadoras eram (e são) contadas nos púlpitos. Eu e você já caímos várias vezes em muitas delas; não se admire disto! Eles têm aparência de homens piedosos, conhecem muito bem a teologia bíblica, são emocionalistas, nos levam facilmente às lágrimas, e eu e você entregamos todo o dinheiro da carteira, e retornamos sorridentes e confiantes de que respondemos a um chamado do Senhor para ofertar daquela forma. O que não sabíamos é que acabávamos de entrar para a estatística dos milhões de vítimas dos estelionatários espirituais.
 
         Alguns dão carro, casa, todo o salário do mês, todo o dinheiro da carteira, todo o sustento da família, e chegam até mesmo a pensar que tiveram fé da mesma forma como teve aquela pobre viúva (Mc 12.41-44). Falaremos dela posteriormente.
 
         O problema vem depois. Os hipnotizadores levam tudo que foi arrecadado nas ofertas e vão embora. Tem-se registro de pregadores que levaram 10, 20 e até 30 mil reais de ofertas de uma reunião. Os pastores já tinham dado a palavra que dariam toda a oferta da reunião, tem que repassar tudo, para honrarem a palavra.
 
O povo de nada sabe acerca de valores; só consegue ver o estrago no bolso. É estrago mesmo, porque o diabo faz isto quando abrimos brecha para ele (João 10.10). Sejamos mais sábios nisto!
 
Certa feita vi um pastor estarrecido com algo que presenciou na Igreja que pastoreia. Ele havia aceitado a proposta de um pregador, que pastoreia uma igreja em outro Estado, de dar-lhe toda a oferta do culto. Este pregador foi convidado para pregar numa Igreja em nosso Estado e, em razão de já estar aqui, ligou para alguns pastores para arrumar agendas.
 
          Pois bem, a palavra do pastor para mim foi: George, rapaz quando acabou o culto o pastor desceu e foi direto para a secretaria, parecendo um urubu, atrás do dinheiro da oferta!
 
          Estarrecido e decepcionado com aquele ministro, que é um dos pregadores de um grande congresso realizado neste país, disse-me que não consegue compreender como ainda aconteceram algumas curas e revelações na reunião.
 
          Como somos facilmente enganados! Sobre este tipo de revelação temos bons exemplos na Bíblia. É o caso de Balaão (Números 23.5) e do “profeta velho” (I Reis 13.11,20), que receberam revelações divinas mesmo com a vida totalmente desviada da presença do Senhor.
 
Sobre curas, foi o próprio Jesus quem nos alertou, dizendo que “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?” (Mateus 7.22). Veja a resposta do Senhor para estes obreiros: “Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!” (verso 23).
 
Acontece que, o pecado destrói a natureza espiritual, mas as habilidades naturais do homem permanecem. Mesmo com o coração completamente voltado para as coisas materiais, sobretudo riquezas, eles ainda têm eloquência e conhecimento bíblico, com os quais podem provocar emoções e encorajar alguns a crerem em curas e milagres; e isto pode vir a acontecer. As revelações e outras manifestações sobrenaturais são mistérios que estamos muito aquém de ter um entendimento completo das suas manifestações,   como  o  admirável  caso  do  profeta  velho,  citado acima, e Balaão. Leia com atenção os textos que narram estes casos.
 
         Devemos saber que manifestações de dons sobrenaturais não é atestado de santidade, conforme você viu nos exemplos acima (leia e analise você mesmo).
 
Veja que a exortação de Paulo a Timóteo é para que ele seja um obreiro APROVADO (II Timóteo 2.15). Lembre-se que Deus usa até seres irracionais, tais como jumenta (Números 22.28), corvo (I Reis 17.6), peixe (Jonas 1.17), galo (Lucas 22.60).
 
A avidez por profecias caracteriza a insegurança na Palavra e, muitas vezes, peso de consciência em alguma área da vida do crente.
 
Quando tomamos conhecimento de alguns ministros que pregam e acontecem coisas sobrenaturais, tais como curas, milagres, manifestações demoníacas e revelações, logo somos impulsionados a convidá-los para ministrar em nossa congregação. Ficamos facilmente impressionados com estas coisas e com belos sermões. Vemos nos DVDs os “conferencistas” e nos esquecemos de orar quando desejamos convidar um pregador para uma festividade em nossa congregação. Veja o que diz Leonard Ravenhil, em seu livro Por que tarda o pleno avivamento?
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“Ninguém precisa ser espiritual para pregar, isto é, a preparação e pregação de um sermão perfeito segundo as regras da homilética e com exatidão exegética, não requer espiritualidade. Qualquer um que possua boa memória, vasto conhecimento, forte personalidade, vontade, autoconfiança e uma boa biblioteca pode pregar em qualquer púlpito hoje em dia. E uma pregação dessas pode sensibilizar as pessoas”2.
 
                        E o Espírito do Senhor já nos alertou: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas...” (Colossensses 2.8 - ACF).
 
http:/pastorgeorgeantonio.blogspot.com
 

domingo, 11 de dezembro de 2011

ANTES QUE AS PEDRAS CLAMEM

“Ainda lhes propôs uma parábola, dizendo: Vede a figueira e todas as árvores. Quando começam a brotar, vendo-o sabeis, por vós mesmos, que o verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecerem estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus. Em verdade vos digo que não passará esta geração, sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão. Acautelai por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço. Pois há de sobrevir a todos os que vivem sobre a face de toda terra. Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem”.  (Lucas 21:29-36).
Certo dia o Senhor Jesus Cristo sentou-se no Monte das Oliveiras  localizado defronte do templo, do qual havia profetizado a destruição após ouvir um dos seus discípulos exclamar: Mestre! Que pedras, que construções! 
Sabe-se que para os judeus aquele templo era um lugar pelo qual nutriam verdadeira idolatria transformando-o num dos objetos de admiração e apego.
Os discípulos do Senhor, que também eram judeus, mantinham pelo templo a mesma admiração comum a todos, mesmo já tendo recebido um ensinamento novo diretamente do Mestre. Eles, ainda embevecidos pela Lei, devotavam muita admiração ao templo sem perceber que toda a atenção deveria ser dada ao Senhor. Desta maneira não compreenderem aquela profecia pelo que demonstraram grande preocupação.
Ao ler e relembrar estes fatos me vieram à memória as palavras do Rei Salomão quando diz: “O que é já foi, e o que há de ser também já foi; Deus fará renovar-se o que se passou”. Isto porque vemos diariamente um grande número de cristãos (discípulos) olhando para o templo, suas práticas e seus ornamentos ao invés de olhar para aquele que é merecedor de toda nossa atenção: o Senhor!
Não são poucos os cristãos que guardam a tradição de só se reunirem em um templo; por isso cada grupo de cristão constrói o seu. Alguns suntuosos com arquitetura em forma de castelos, torres, pirâmides e conchas; outros, mais simplórios como tendas, casas residenciais, salões comerciais, salas improvisadas e até garagens. Não importa o tipo, tudo é templo para o qual muitos voltam os seus olhares. O objetivo é sempre o mesmo e o efeito também, qual seja: praticar o formalismo religioso de forma sistêmica e estruturalmente organizada. Entre eles não há mudança essencial, o que diferencia, em regra, é o tamanho, o endereço, a sofisticação, o nome e a liderança: as práticas são as mesmas!

Todos têm um grande cuidado pela sua organização, ornamentação, manutenção e segurança. Há sempre um grupo de sacerdotes (pastores – padres – apóstolos – missionário – bispos - cooperadores – responsáveis – obreiros – presbíteros- diáconos- irmãos de serviço – irmão responsável – cooperadores – irmão líder - etc...). Em suma, clérigos para todos os gostos impecavelmente paramentados, honrados e admirados pelos seus seguidores e fieis do templo.
Também não faltam encargos: ofertas, dízimos, promessas, milagres, sinais e prodígios, a depender do seguimento que ocupa cada templo. Neles se praticam as mais variadas formas de comércio: discos, CD’s, DVD’s, livros, panfletos, milagres, santinhos, imagens, marcador de bíblia, fita-amuleto, água benta, água milagrosa, óleos, oração, café, entre outros produtos. Há também neles uma atividade especial com espaço, momento e cristãos exclusivos, chamada por eles de louvor. Entretanto, o que era para ser louvor vê-se transformado em divulgação comercial de novos lançamentos artísticos promovidos pelos selos assim chamados Gospel; com direito a editora e tudo mais.
O comércio nos templos se tornou uma prática tão comum ao ponto de que – lamento registrar – enquanto escrevia este texto, um irmão me mandou uma mensagem onde um “assim chamado cristão” veiculou em jornal de grande circulação, o seguinte anúncio: “VENDE-SE UMA IGRAJA, ACEITA-SE TROCA POR CARRO”. 
Hoje, nos templos cristãos, a exemplo do templo judeu, parece que todos olham para tudo uma vez que quase tudo eles tem. Neles o que não se olha é para o Senhor porque o Cristo de Deus é santo e não se mistura com estas coisas.  Por isso não será fácil vê-Lo por lá. Isto aconteceu no templo judeu, nos dias do nascimento de Jesus. Os magos entrando em Jerusalém encontraram quase tudo, entretanto não conseguiram ver o que mais lhes importava; então perguntaram: “Onde está o recém nascido Rei dos judeus?”
A diferença daquela época para hoje é que os sacerdotes judeus foram sinceros ao dizer que Ele, o Senhor, não se encontrava ali: estava em Belém! Os sacerdotes (clérigos) de hoje insistem em dizer que Ele está no templo, e com isso impedem a muitos de se dirigirem até Belém de Judá onde poderão vê-Lo face a face, e contemplá-Lo na simplicidade da manjedoura.

Como desejo Senhor, ter olhos só para Ti!
Rogo, pois, que tal me conceda.

Então Pedro, Tiago, João e André ali no monte lhe perguntaram, em particular, sobre quando estas coisas iriam acontecer e quais os sinais indicadores de seu cumprimento. Diante da apreensão dos discípulos o Senhor passou a falar, não sem antes fazer-lhes uma séria advertência dizendo: “Vede que ninguém vos engane”.
Quanto cuidado amoroso teve o Senhor pelos seus discípulos, extensivo a todos quantos Nele creram e os que vierem a crer! Ele sabia e sabe que desde aquela época até a Sua volta muitos iriam surgir para disseminar o engano. Mesmo avisados, ainda hoje, muitos de nós cristãos ainda podemos ser enganados e desviar o nosso olhar do Senhor para colocá-lo no templo! Em nome do Senhor Jesus, reitero: “Vede que ninguém vos engane”.
Após advertir os discípulos o Senhor apontou os primeiros sinais que representariam o princípio das dores. Numa gradação mais gravosa, falou de uma segunda etapa a que se chamou de “a grande tribulação”, a qual será seguida de Sua volta. (Leia Lucas 21). Mostrada a seqüência dos fatos com palavras claras, passou o Senhor a proferir uma parábola nominada na bíblia de “Parábola da figueira”, cujo inteiro teor foi registrado por Lucas no texto do Evangelho acima transcrito.
Por vários dias o Senhor me conduziu a ler esta parábola nas versões contidas nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, assim como todo o contexto em que ela foi proferida. Ao compará-la com os dias e fatos atuais percebi quão grave é a situação do mundo hoje e quão grande é a nossa responsabilidade, enquanto cristãos. Vi, também, quão encorajador e prazeroso é para os cristãos que permanecem com seus olhares voltados para o Cristo de Deus e não para o templo e suas dádivas.
Passei a considerar que de acordo com a Bíblia, a meu sentir, o centro da atenção de Deus é a Nação de Israel (Jerusalém) que entre outros tipos, também é representada pela figueira. Deus ao plantar o seu jardim no oriente do Éden não o fez com uma única árvore; ao contrário, pois além da figueira, plantou nele outras árvores de espécies diferentes. (Gn 2:8-9) Pode-se dizer, portanto, que os acontecimentos de maior repercussão para a humanidade estão sempre relacionados com o Oriente do Éden onde Deus plantou o seu jardim.
Nesta direção percebe-se que o Senhor se referiu na parábola primeiro à “figueira” (Israel) e em seguida a “todas as árvores” (outras nações do oriente), para dizer que quando elas começam a brotar (florescer), “vendo-o, sabeis, por vós mesmos, que o verão está próximo”.
A expressão: “por vós mesmos” parece indicar a necessidade de que cada cristão tenha, hoje, luz suficiente para discernir os fatos anunciados por Ele, a fim de que ninguém os engane. Isso guarda perfeita conformidade com outra palavra do Senhor ao dizer: “Aprendei de mim”. (Mt. 11:29) Isto nos remete à necessidade de nos dedicarmos à leitura da Bíblia e manter constante comunhão com Ele a fim de recebermos revelação e sermos iluminados pelo Espírito e purificados pelo lavar da palavra. E, assim, não sermos enganados.
Fato interessante que deve ser destacado é que o Senhor, por duas vezes, falou na mesma parábola a expressão: “por vós mesmos”.
Este detalhe me chamou muito a atenção. Submetendo-o à presença do Senhor, tive um forte sentimento o qual passei a aceitar como resposta Sua para a minha indagação. Então passei a crer que nosso Senhor Jesus ao repetir a frase, o fez pelo mesmo motivo com que Deus deu a faraó um sonho dúplice que fora revelado por José.  Em Gêneses 41:32 José, ao interpretar os sonhos de faraó, disse: “O sonho de Faraó foi dúplice, porque a coisa é estabelecida por Deus, e Deus se apressa a fazê-la”.
A você que por algum motivo venha a ler este texto, lembre-se: O Senhor determinou e se apressa em fazer com que todos nós cristãos busquemos a Sua presença por meio da leitura da palavra de Deus e constante oração, a fim de recebermos luz para saber “por nós mesmos”, a revelação de sua vontade e os segredos das parábolas. Isto porque, a maioria dos cristãos, não está fazendo assim; ao contrário, busca em outros homens falíveis que lhes ensinem o caminho e lhes conduzam espiritualmente. “Vede que ninguém vos engane”. 
Continuando a parábola o Senhor passa a dizer: “Assim também, quando virdes acontecerem estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus”. No versículo anterior o Senhor falou de figueira e de árvores. Neste versículo as substitui por “estas coisas”. Naquele, Ele se referiu à chegada do verão; neste, a do “Reino”. Isso nos leva a inferir que como a estação que antecede o verão é a primavera, os fatos a que o Senhor se referiu como “estas coisas” e que antecedem ao reino, também são fatos que ocorrem na primavera. Logo, a chegada do “verão” equivale à chegada do reino e a primavera ao tempo em que “estas coisas” (entenda-se: os fatos que antecederão à chegada do Reino) acontecerão.
A história nos confirma que a figueira brotou e deu flores em 1967, ano em que Israel se efetivou como Estado Judeu independente e reconhecido. Enquanto isso as demais árvores do jardim continuavam murchas.  Entretanto, como disse o Senhor, um dos fatos que iria acontecer na primavera como sendo um dos mais próximos do verão seria o sítio a Jerusalém. Sabe-se que sitiar é cercar, bloquear, impedir a saída e a entrada, é posicionar fronteiro, etc.; logo, se as outras árvores permanecessem murchas não haveria como estabelecer o cerco. Ultimamente temos visto que muitas árvores daquele jardim, plantado no oriente, estão em constante vendaval derrubando seus galhos velhos para surgir brotos novos. Destas, algumas já começam a florescer.
No quadro descrito em parábola podemos perceber que as nações do oriente médio estão em constante ebulição e conflitos. Governantes (hastes velhas) estão sendo destronados para o surgimento de novos governos (brotos), destes, os que já assumiram são todos árabes e de credo mulçumano; e os que estão na iminência de assumir, também.
Não há dúvida que de acordo com a Bíblia, e também segundo a história dos povos, a intolerância de Israel sempre foi com o povo árabe mulçumano e vice versa. Situação que não é de hoje mais que vem dos dias de Ismael, filho de Abraão, fortalecida por Esaú, filho de Isaque. Isso nos leva a aceitar por verdadeiro que o sítio a Jerusalém será feito pelos árabes de índole religiosa islâmica. Ou seja: todas as outras árvores cercarão a figueira!
Em Gêneses 16:11-12 está escrito:
“Disse-lhe ainda o Anjo do Senhor: Concebeste e darás à luz um filho, a quem chamará Ismael, porque o Senhor te acudiu na tua aflição. Ele será, entre os homens, como um jumento selvagem; a sua mão será contra todos, e a mão de todos, contra ele; e habitará fronteiro a todos os seus irmãos”.
Gênesis 28:8-9 faz o seguinte registro:
“sabedor também de que Isaque, seu pai, não via com bons olhos as filhas de Canaã, foi Esaú à casa de Ismael e, além das mulheres que já possuía, tomou por mulher a Maalate, filha de Ismael, filho de Abraão, e irmã de Nabaiote”.  
O povo árabe é resultante da mistura de Esaú com Ismael, por meio de sua filha. Os árabes moram fronteiros aos judeus que por serem descendentes de Abraão são consangüíneos e, portanto, irmãos entre si, embora rivais.
Assim não há margem para erro em afirmar que o sítio a Israel (Jerusalém) será o cerco das nações árabes em torno do Estado Judaico. Para que isso aconteça é necessário que os países de população árabe no oriente médio se fortaleçam e tenham governos de índole religiosa contrária à do povo Judeu. É o que já está acontecendo. Isto sombreia a possibilidade de se admitir, naturalmente sem fazer afirmações peremptórias, certo de que o tempo o mostrará, que a besta que vem do mar, referida em Apocalipse, também chamada de anticristo, possa ser um líder religioso islâmico (broto de uma das árvores) que comandará o sítio a Jerusalém e desafiará o exército de Israel.
No livro de Daniel, capítulo 11 está escrito:
“Depois, se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mais ele virá caladamente e tomará o reino, com intrigas. As forças inundantes serão arrasadas de diante dele; serão quebrantadas, como também o príncipe da aliança. Apesar da aliança com ele, usará de engano; subirá e se tornará forte com pouca gente”.(Versículos 21-23). “Dele sairão forças que profanarão o santuário, a fortaleza nossa, e tirarão o sacrifício diário, estabelecendo a abominação desoladora”. V: 31. “Este rei fará segundo a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero, até que se cumpra a indignação; porque aquilo que está determinado será feito. Não terá respeito aos deuses de seus pais, nem ao desejo de mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá”. Vs: 36-37. 
Trata-se de um homem vil e sem dignidade real. Que agirá caladamente e tomará o reino com intrigas. Ele se tornará forte com pouca gente.
Isso mostra que até assumir o reino ele não era famoso nem importante; não era militante político, pois agia em silêncio; não era autoridade, pois não governava nenhum reino e não tinha um exército visto que contava com pouca gente. Por último, nada é mais intrigante do que as questões religiosas, razão porque não é nenhum absurdo admitir que ele será um religioso astuto.
Você, leitor, já atentou para o nome dado ao movimento de inquietação social e política vivida no oriente médio, em especial: Egito – 25/01/11; Tunísia – 14/01/11; Iêmen – 27/01/11; Argélia -12/02/11; Jordânia – 26/01/11; Cisjordânia – 12/02/11; Bahrein – 14/02/11; Iraque – 14/02/11; Irã – 14/02/11; sem esquecer a situação da Líbia, Síria, Palestina, Líbano e tantos outros, que resultou na queda de velhos governos e o surgimento de novos? Se não reparou para o nome daquele movimento, lembre-se: “Primavera Árabe”. Pense nisso!
Como foi dito, assim como o Senhor comparou Israel à figueira, também comparou as nações árabes vizinhas a todas as árvores, naturalmente por estarem no mesmo jardim. (Oriente do Éden ou, Oriente médio). Logo, não é temerário dizer que a primavera a que se referiu o Senhor em muito se parece com a “Primavera Árabe”, que já começou há algum tempo. 
Lembremos que depois da Primavera vem o verão; e depois “destas coisas” vem o reino de Deus.
Em razão disso o Senhor, movido por seu grande amor e terna misericórdia, advertiu aos discípulos e por extensão também a nós dizendo:
Acautelai por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço”.
Já não há como esconder que hoje as pessoas, inclusive nós cristãos, em grande parte, andamos embriagados pelo mundo. Urge, pois, invocarmos o Senhor e implorar pela sua abundante graça a fim de nos arrependermos e implorar o Seu perdão.
Então, como e o que devemos fazer para sabermos “por nós mesmos” todas estas coisas para delas nos acautelarmos e não nos embriagarmos com o mundo? Ciente de nossa condição o Senhor, movido por seu grande amor, indicou aos discípulos a única maneira eficaz. Disse: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando”.
É, pois, o que devemos fazer.
Oh! Senhor, vem me suprir com Tua graça e me ensine a vigiar a todo tempo, orando. Põe em mim o Teu amor e me leve a amar a Ti sobre todas as coisas e ao meu próximo como a mim mesmo. Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado. Pois assim e somente assim, poderei ficar longe da embriaguez do mundo e escapar de todas estas coisas que tem de suceder, e manter-me em pé na Tua presença. Como José, estou convicto Senhor, de que a coisa foi determinada por Ti e que o Senhor se apressa a fazê-la. Amém!

É o que recebi do Senhor.

Em Cristo
Irmão João.
  




domingo, 16 de outubro de 2011

A Crônica do Tempo

Josimar Salum

A sensação de ineficiência, a incompetência e a total incapacidade que também aborrece e perturba, provoca em mim, conscientemente uma dependência total de Deus para me levar ao descanso e sossego que minha alma anela.

Os eventos, fatores, elementos externos que são história e deixaram seus rastros não podem ser modificados. O que é comum e normal. Mas na medida que não reclamem, nenhuma consequência que afete ainda, podem e serão esquecidos.

Estou em busca da face de Deus! Não é de hoje. Desde criança esta é a jornada, a razão de minha vida.

No emaranhado de relacionamentos, alguns complexos, dissociáveis, outros interligados em essência e dependentes, sou apenas um, neste movimento constante e ininterrupto da vida na existência que aceita pausas pela ausência de acontecimentos, mas que continua acontecendo na grande engenhoca da vida.

Somos escravos do tempo e do espaço. Ao pensar num relance que tudo vai passar, expressão constante de sabedoria de minha mãe, sem poder julgar que seja ou não o conforto materno oferecido, ou a inteleção sólida e profunda da Verdade penetrante, sem oposição, sem nenhum obstáculo, livremente avançando, que tudo mesmo vai passar.

Que estes sentimentos de debilidade têm uma influência de vergonha no pensamento e raciocínio, sombreados por esta massa de tristeza incolor, como uma voz acusadora mesmo disfarçada, de que esta experiência é coisa para fraco, débil e menino.

Que a inconsciência suplante sorrateiramente a consciência, roubando a lucidez, a clareza e a intencionalidade dos pensamentos numa propulsão de violência interna, mesmo silenciosa, compulsiva e sem piedade, como uma programação prévia, imperceptível, inevitável e intratável que tivesse que acontecer, deflagrada por uma força invisível, mas espiritualmente palpável.

É neste trajeto, no meio desta passagem que se extende e se excede não só de objetos, plantas, seres, prédios, gente, encharcada de subjetividade, de abundância de neuro transmissores no tráfego gigantesco do cérebro – enorme, de incontáveis acontecimentos que gerem-se ao mesmo tempo, em velocidades imensuráveis – é nesta pausa deste tempo que me torno simples, pequeno e me rendo.

E vivo, tenho que ir vivendo, as paisagens de fora são as mesmas de dentro, com pequenas diferenciações, na medida que o carro move-se, deixando para trás o que é concreto e o que se mexe, mudando as paisagens para quem vem atrás, como aquele que passou pelo tempo.

Passamos pelas paisagens e não percebemos, por incapacidade total, por não sermos oniscientes nem onipresentes. Percebemos somente o fracionado, o que a mente incapaz pode assimilar dos pequenos pedaços, que o tempo deixou no atraso da percepção atrasada do mesmo tempo que não é tempo, é ocaso.

Somos seres de frações e fragmentos, não conhecemos o inteiro, somos dois, três, não somos, é a memória que não consegue assimilar no tempo os acontecimentos. Sozinhos não somos um, não somos completos, nem enxergamos por inteiro.

O espaço e o tempo são nossos limites, porque nos movimentamos. A perceptividade humana é sempre fracionada. E esta limitação infinita dimensiona pobremente nosso viver. Movendo mais dependentes nos tornamos. Até descobrir que existimos e nos movemos em Deus.

Por dentro, por fora, pensamentos e movimentos. E a maraviha maior é que sou humano e preciso de Deus.

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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Sinais que Mostram que uma Pessoa não Tem Autoridade Espiritual

Assim como há sinais que mostram que uma pessoa é uma autoridade, também há sinais que indicam que uma pessoa não é uma autoridade. Entre esses há:
Declarar Sua Própria Autoridade
Sempre que alguém reivindica sua própria autoridade, isso é um sinal de falta de genuína autoridade.
3Jo 9 — Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida.
Uma autoridade delegada não tenta sustentar sua própria autoridade. Se você pensa que pode exigir obediência, que sua posição, dom ou poder justifica tal exigência, você não está qualificado para ser uma autoridade. Se sua disposição é tal que você quer que os outros lhe obedeçam, você não está qualificado para ser uma autoridade; não é o tipo de pessoa que pode receber submissão da parte dos outros. (The Collected Works of Watchman Nee, vol. 59, p. 203).
O irmão Nee era muito categórico no sentido que ninguém deveria reivindicar sua própria autoridade.
A coisa mais feia é alguém defender sua autoridade a fim de estabelecê-la para si mesmo. (The Collected Works of Watchman Nee, vol. 47, p. 220).
Detesto e abomino aqueles que dizem: "Eu sou a autoridade designada por Deus." (The Collected Works of Watchman Nee, vol. 47, p. 221).
Espero que ninguém se levante para reivindicar que é autoridade. (The Collected Works of Watchman Nee, vol. 47, p. 230).
Nada é mais repugnante que uma pessoa que luta para ser uma autoridade. É a coisa mais feia alguém tentar controlar os outros de uma forma exterior. Ambição por autoridade ou para ser alguém notável é algo que pertence aos gentios. Devemos expulsar esse tipo de espírito para fora da igreja. (The Collected Works of Watchman Nee, vol. 47, p. 283).
O irmão Lee falou a mesma coisa acerca dos presbíteros exercerem autoridade na igreja.
Se os presbíteros na igreja tiverem a atitude que são os presbíteros, que têm autoridade e que estão aqui para exercê-la, isso será uma das coisas mais feias que existem! (The Elders' Management of the Church, p. 83).
Todos que exercem autoridade para reivindicar que é um presbítero, que ele tem autoridade para lidar com tais e tais questões, e que vai exercê-la, estão usando-a da forma errada! (The Elders' Management of the Church, p. 83).
Em algumas igrejas locais, tenho visto irmãos que agem como presbíteros ostentando uma fachada. Eles dizem: "Oh, sou um presbítero!" Assumem a faixa de presbítero e falam num tom como se fosse um. Tenho de dizer-lhes que nada há mais feio na igreja que ver tal coisa. (The Elders' Management of the Church, p. 88).
Nunca funciona um presbítero tentar assumir autoridade na igreja pela força. Isso não só não é agradável aos olhos dos homens, mas também não terá confirmação da parte do Espírito Santo. Você pode assumir sua autoridade, mas o Espírito Santo não vai estar lá. (The Elders' Management of the Church, p. 89)
Praticar o Auto-Reconhecimento
Sempre que uma pessoa vindica a si mesma, ela demonstra que não é uma autoridade. 3
Nunca devemos proferir uma palavra sequer para vindicar nossa própria autoridade; antes, devemos dar aos outros plena liberdade. Os outros devem chegar até nós de uma forma tão espontânea como possível. Se eles não querem que sejamos sua autoridade, ou se esquivam de nós, não temos de forçá-los a nos aceitar. Se houver autoridade em nós, quem quer que deseje o Senhor vai de bom grado se aproximar de nós. A coisa mais feia é alguém defender sua autoridade a fim de estabelecê-la para si mesmo. Ninguém pode estabelecer sua própria autoridade. (The Collected Works of Watchman Nee, vol. 47, p. 220).
Quando Moisés foi injuriado, ele não vindicou a si mesmo. Toda vindicação, justificação e reação deve provir de Deus, não do homem. Aqueles que buscam vindicar a si mesmos, não conhecem Deus. Ninguém que tenha andado na terra teve mais autoridade que Cristo, mas quando o Senhor estava na terra, Ele jamais vindicou a Si mesmo. Ele é a única pessoa que nunca vindicou a Si mesmo. Autoridade e vindicação são incompatíveis. (...) Aqueles que vindicam a si mesmos não têm autoridade alguma. Toda vez que uma pessoa vindica a si própria, perde sua autoridade. (The Collected Works of Watchman Nee, vol. 47, p. 225


FONTE: www.afaithfulword.com/portuguese

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O PERIGO DA ORGANIZAÇÃO

No Novo Testamento, quase nada na igreja era organizado. Ali temos pouquíssimos exemplos de "planejamento". De fato, é impressionante como eles tinham pouca organização. Todavia, este autor não está insistindo que é antibíblico organizar alguma coisa.
Verdadeiramente, é impossível viver sem qualquer forma de planejamento. Por exemplo, se telefono para um amigo e o convido para jantar, organizei algo antes. Se concordo em me encontrar com alguém em um tempo e um lugar determinado, nosso encontro foi organizado anteriormente, de alguma forma.
À medida que vivemos, sempre necessitaremos ter alguma forma de organização.

O perigo da organização é este: uma vez que é colocada em movimento, pode facilmente permanecer em movimento. Pode adquirir uma vida própria. Uma vez que os elementos essenci­ais de qualquer obra ou esforço são estabelecidos, torna-se fácil as coisas seguirem em frente desta forma. A Companhia FORD é um bom exemplo disto. Henry Ford está morto. Ele morreu há bastante tempo. Entretanto, a companhia que ele organizou, continua existindo até hoje.

Muitas obras para o Senhor também estão nesta categoria. Podemos admitir, como argumento, que uma ou outra obra foi iniciada por Jesus. Talvez Ele tenha levado algum filho Seu a tra­balhar para Ele, de algum modo específico. Mas, e hoje? Esta ainda é a Sua vontade? Ele ainda está no comando de tudo? Ou será que o Espírito Santo Se mudou e alguém ainda está tentan­do fazer funcionar o que agora é realmente uma forma vazia?

Parte do perigo é que as pessoas tendem a gostar de coisas bem organizadas. Querem coisas previsíveis. Sentem-se con­fortáveis com algo bem estruturado e bem dirigido. Elas têm pouca necessidade de buscar o Senhor sozinhas. Sua carne pode relaxar e acreditar que tudo está sendo cuidado. Coisas fami­liares fazem pessoas sentirem-se bem e seguras, e muitas real­mente gostam desse sentimento.

Quando as coisas são organizadas, os crentes não têm que estar em um constante e vivo contato com Jesus. Não precisam: se exercitar para procurá-Lo a cada momento; estar prontos para obedecer; ministrar ou fazer algo para Ele. Com uma organiza­ção, não necessitam estar preparados para mudar suas ativi­dades, seus empregos ou mesmo o lugar onde vivem. Podem simplesmente se sentar e deixar a organização dirigir seus encontros e suas vidas.

Mas, nossa vida com o Senhor é nova a cada manhã (Rm 6:4). Enquanto Ele estava na Terra, estava constantemente fazen­do algo diferente. Sua vida estava bem distante da rotina. A cada dia, os discípulos eram surpreendidos pelo que Ele fazia, pelos lugares onde Ele ia e pelo que Ele dizia. Portanto, podemos estar certos de que a Sua liderança na Igreja e em nossas vidas indi­vidualmente será desse jeito também. Precisamos ter a flexibili­dade para nos mover e mudar o rumo com Ele a qualquer momento.

A experiência dos filhos de Israel no deserto é um excelente exemplo disso. Eles seguiam o Deus vivo que Se manifestava na coluna de fogo e na nuvem. Quando Ele Se movia, eles tinham que estar prontos para se moverem também. A nuvem ou a co­luna de fogo podia se mover a qualquer momento do dia ou da noite. Eles tinham que estar sempre prontos (Êx 13:21,22 e Êx 40:36,37).

Talvez eles ficassem num lugar por uma hora, uma semana, meses ou mesmo um ano. Mas, a qualquer momento, Deus podia Se mover e eles tinham que estar prontos para embrulhar tudo em um instante e partir.

Até mesmo o Tabernáculo, que Deus instruiu Moisés a cons­truir, foi feito com essa intenção. Ele era portátil. Era facilmente desmontável e pronto para se mover. A prontidão para aban­donar nossas práticas e comportamentos estabelecidos, horários e lugares de encontros e todos os hábitos religiosos arraigados deve também ser a nossa atitude.

Desta forma, a chave para qualquer organização, de qual­quer encontro, ministério ou obra para Deus, é sermos conduzi­dos pelo Espírito Santo. É a Sua direção que precisa iniciar qual­quer coisa. É Ele quem precisa estar nos liderando em tudo o que fazemos. Além disso, precisamos ser intensamente sensíveis a Ele para desmantelar qualquer coisa organizada previamente sem a Sua direção. Precisamos estar constantemente sintoniza­dos com Ele para frear tudo que foi colocado em movimento sem a Sua liderança.

É essencial que preservemos Sua soberania sobre todas as coisas, especialmente sobre algo que tenha a tendência a se tornar organizado e, portanto, rotineiro e previsível. De outro modo, logo seremos deixados com uma forma vazia. Teremos apenas algo que Deus usou e abençoou em algum momento no passado, mas hoje é um simples modelo ou fórmula sem o con­teúdo divino.

Um dos poucos exemplos do Novo Testamento de algo sendo organizado foi a escolha dos diáconos em Jerusalém (At 6:1-7). Ali surgiu um problema. Algumas viúvas estavam sendo negligenciadas quando a comida era distribuída. Evidente­mente, isso era feito de uma maneira esporádica e acidental, e algumas viúvas "helenistas" não estavam sendo atendidas. Então, elegeram-se alguns homens para tomar conta desse tra­balho.

Mas, por favor, preste atenção ao tipo de homem que eles escolheram. Qualquer um pode distribuir comida. Até mesmo um ímpio poderia tomar conta de um trabalho assim e tudo cor­rer muito bem. Entretanto, eles foram cuidadosos em selecionar homens com uma certa virtude: eram especialmente "cheios do Espírito Santo" (vs. 3). Os apóstolos e os outros estavam preocu­pados com que este trabalho fosse algo dirigido por Deus. Não era suficiente simplesmente suprir necessidades. Eles queriam estar certos de que o que estava sendo feito era iniciado, con­duzido e, se necessário, terminado pelo Senhor. Então, sele­cionaram homens que sabiam como segui-Lo.

Livro: Deixe o Meu Povo Ir
Autor: David W.  Dyer
Ministério Grão de Trigo: http://www.graodetrico.com/