quinta-feira, 14 de abril de 2011

VIVENDO EM AMOR

          Jesus estava caminhando fisicamente aqui na Terra, Ele deu a Seus seguidores um novo mandamento. Ele os instruiu: "...assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros" (Jo 13:34). Já tocamos brevemente nesse tema num capítulo anterior, mas agora vamos discutir detalhadamente o que significa essa admoestação. Embora possa parecer um man­damento direto e razoavelmente simples, na prática é algo que é impossível de ser feito.

Pode ser fácil amar os que são atraentes, interessantes ou agradáveis a nós. É possível até que sejamos capazes de amar os outros até um certo ponto. Mas, amar todos os nossos irmãos e irmãs em Cristo, tanto quanto Jesus os ama, está longe, muito longe de nossa capacidade humana.

Parte do problema é que Deus parece acolher a muitos que não se encaixam bem com a nossa opinião sobre quem é digno de ser amado. No mínimo, todos aqueles a quem Jesus ama são pecadores. Além disso, muitos deles têm sérios problemas e deficiências. Outros possuem personalidades e disposições que são desagradáveis e/ou ofensivas. Alguns têm áreas em suas vidas que não foram transformadas e, então, são vulneráveis ao inimigo da obra de Deus.

Quando desejamos andar em amor, encontramos esses e ou­tros inúmeros desafios para o cumprimento da simples ordem de Jesus para nos amarmos uns aos outros. Qualquer um, que tenha realmente tentado amar os outros, deve ter entrado em contato com alguns cristãos que parecem impossíveis de amar.

No entanto, existe esperança. Jesus não nos deu apenas um mandamento. Ele também nos deu um novo tipo de amor. Esta nova variedade de amor é descrita no Novo Testamento com uma palavra especial - ágape. Esse amor não é algo que o homem natural possua. Não é algo que um simples ser humano possa gerar dentro de si mesmo. É um tipo especial de amor sobrenatural que apenas Deus possui e que enche o Seu coração. Na verdade, Ele é tão cheio deste amor ágape, que a Bíblia diz que "Deus é amor [ágape]" (1 Jo 4:8). Esta palavra expressa Sua natureza essencial.

Então, quando decidimos obedecer ao mandamento de Jesus e amar os outros, temos que receber Dele esse tipo de amor. Nosso amor natural, humano, nunca será capaz de atingir o objetivo. Somente o amor do próprio Deus pode atingir essa mais alta e mais nobre exigência.

Para conseguir esse amor sobrenatural, precisamos cami­nhar em contínua comunhão com nosso Salvador. Já que Ele é a fonte desse amor, precisamos estar sempre ligados a Ele para recebê-lo. Enquanto mantemos com Ele a nossa conexão espiri­tual, um suprimento inesgotável de amor está à nossa dis­posição. Já que Ele é eterno, fonte inacabável deste amor, temos acesso à toda porção que desejamos ou necessitamos.

Receber esse amor não é uma coisa que acontece uma vez. Nem é algo que conseguimos através de uma série de experiên­cias "espirituais" e depois o possuímos para sempre. Para que nós, meros seres humanos, possamos caminhar em amor, pre­cisamos também andar em intimidade diária com a Fonte deste amor, que é o próprio Deus.

Esse fato é tão essencial, que a Palavra de Deus nos conta que, se amarmos nossos irmãos em Cristo, essa é a prova de que realmente conhecemos a Deus. Lemos em 1 João 4:7,8: "Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus [inti­mamente]. Aquele que não ama, não conhece a Deus [intima­mente], pois Deus é amor".

Acrescentei a palavra "intimamente" para ajudar o leitor a compreender o que está sendo comunicado aqui. A palavra grega para "conhecer" pode ser usada para significar as relações mais íntimas, inclusive aquelas entre um homem e uma mulher (Mt 1:25; Lc 1:34). O amor sobrenatural de que necessitamos é algo que flui de uma comunhão íntima, pessoal e constante com o nosso Salvador.

É óbvio que há muitos crentes - pessoas que verdadeira­mente nasceram de novo - que não amam os outros. É dolorosa­mente visível que uma grande parte dos cristãos seja egoísta, egocêntrica, infantil, rude, áspera, irritável e muitas outras coisas que demonstram a falta do amor divino por seus irmãos. Infelizmente, é essa a condição de uma grande parte da Igreja no mundo atual.

Embora alguns possam insistir em que tais pessoas não podem ser realmente "salvas", uma análise honesta e cuidadosa da situação nos leva a acreditar que essa não é realmente a raiz do problema. Muitos já encontraram Jesus. Eles verdadeira­mente nasceram de novo. Mas, tristemente, não estão caminhan­do em intimidade com Ele. Não andam diariamente no Espírito. Não compreendem como comungar com Ele continuamente. Eles deixam de aproveitar a disponibilidade de Sua constante presença.

Devido a essa falha, eles não exibem o amor sobrenatural de Jesus uns pelos outros. Esses crentes são simplesmente bebês. Não amadureceram espiritualmente o suficiente para ter o suprimento contínuo do amor de que necessitam. Crianças pequenas sempre são egocêntricas. Elas raramente pensam nos outros, mas apenas em si mesmas. É quase impossível para uma criança exibir um amor cuidadoso pelos outros, por terem elas mesmas tantas necessidades. Portanto, cristãos infantes não expressam muito esse amor.

A evidência da verdadeira maturidade espiritual - a prova de que conhecemos a Deus intimamente e que estamos cami­nhando em comunhão com Ele - é o amor. A exibição do amor é um sinal seguro, uma evidência perceptível de que nós temos um relacionamento pessoal com Jesus.

Este amor é tão poderoso, que podemos amar não somente crentes que são amigáveis ou amáveis, mas também os que são difíceis de gostar. Quando nos encontramos cheios do amor de Deus, conseguimos amar aqueles que não são bondosos conosco, aqueles que tiram vantagem de nós e que abusam de nossos esforços.

Podemos amar aqueles que não concordam conosco; se opõem a nós; e aqueles que pecam contra nós de várias ma­neiras: nos ofendem; nos tomam emprestado e nunca trazem de volta; nos desapontam; nos rejeitam; nos maltratam. Podemos amar as pessoas mais indesejáveis, se há em nós o amor de Deus. Esse amor, cuja fonte é Deus, é tão poderoso e sobre-humano que, estando cheios dele, podemos até mesmo amar os nossos inimigos (Mt 5:44).

Um comentário:

  1. O amor cobre multidão de pecados! Que o Senhor nos ilumine e nesses últimos tempos sejam tempos de refrigérios.

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